O homem se constrói cotidianamente. Diferentemente daquilo que se acreditou durante muito tempo, nós não somos unos, somos plurais e estamos nos (re) construindo a todo momento, todo instante. O caminhar pelas ruas revela essas identidades refletidas e representadas nas mais diversas formas, cores e situações. Outro dia, ao cruzar uma esquina, ao cair da tarde, deparei-me com uma banca de frutas e um guarda-sol colorido a invadir a paisagem banhada pelo concreto e o cinza das paredes enegrecidas. Não sei por que, mas aquela cena (in) comum me fez relembrar o quadro: "O enigma de um dia", de Giorgio De Chirico!. Parecia-me um momento metafísico, surreal, em que o agora se desvanecia diante de uma sensação de outrora que transformava o hoje em ontem. Um dos meus prazeres é registrar momentos como esse por meio de imagens congeladas no tempo e no espaço! Momentos em que o real se confunde com o irreal! Quero convidá-lo, caro leitor, para percorrer e interpretar comigo imagens e sentimentos que alogicamente surgem e percorrem o meu Ser.
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